domingo, 19 de dezembro de 2010

Segurança e jatos !!

A festa está animada! O
apresentador enaltece as qualidades
e características dos
modelos e dos pilotos!
As mais belas manobras são
executadas em altura cada
vez mais baixa e a cada momento
mais próximas do
público. O piloto se esmera
para conseguir exatamente o
que os espectadores
estão
q u e r e n d o :
chegar a sentir
todas as
reações do
avião e do
piloto, a ver
os movimentos
das superfícies
de comando.
O delírio
chega ao
auge quando
as manobras
são mais
arriscadas.
- A cauda
chegou a tocar
no chão!
Q u a s e ,
quase!...
-Olha, é o
jato! Escute
só o barulho!...
Parece de verdade! Veja
só que velocidade!
De repente, lenha!
-Oh! Oooh...! Viu? Caramba!
Que fogaréu! Você viu a bola
de fogo?
Mais tarde, sentado na calma
do escritório, pode-se
constatar: Aeromodelos têm
muita chance de cair, bater e
quebrar. O entusiasmo e
mesmo a euforia de querer
mostrar ao público o que
nosso modelo pode fazer,
aumentam a chance de acidente.
Alta velocidade exige
mais habilidade, reflexos e
capacidade de se manter a
concentração, apesar das interferências
externas, particularmente
do público.
Modelos maiores costumam
ser mais pesados e voam com
maior velocidade. Toda
tecnologia nova trás mais
riscos até que passa a ser
mais conhecida. As turbinas
desenvolvem potência muito
elevada e por isto consomem
muito querosene. Modelos
acionados por turbina
possuem tanques de, no
mínimo, um litro de querosene
e alguns chegam a ter mais
de quatro litros.
Não há como fugir. Os jatos
vieram para ficar. Eles abrem
novas janelas de possibilidades
para os modelistas,
porém trazem consigo a necessidade
de maior preocupação
com a segurança. No
funcionamento, diferente de
um motor a
explosão, existe
uma chama
constantemente
acesa dentro
do motor a turbina
e como o
escapamento é
quem desenvolve
a propulsão,
o tanque
de combustível
tem que ficar
posicionado à
frente do motor.
No caso de
colisão do modelo,
o motor
aceso terá a
tendência de se
deslocar para o
tanque que
pode estar
c o n t e n d o
vários litros de
querosene.
Esta é uma situação que pode
ser evitada através da
criteriosa escolha do modelo
que, em seu projeto, no caso
de colisão, deve ter o tanque
posicionado fora da trajetória
do motor aceso e que o
suporte do motor seja
fabricado de forma a que a
turbina seja desviada do
tanque, nesta mesma
situação. A existência de
Hobby News
dispositivo de corte de combustível, tanto
manual quanto via rádio, não deve deixar de
ser observada. Extintor de incêndio carregado
com CO2 e operado por quem sabe utilizá-lo
é outra obrigatoriedade quando da operação
com turbina. Isto pode ser visto em qualquer
aeroporto.
O primeiro vôo de um modelo nunca deve ser
feito com presença de público e muito menos
em uma pista onde o piloto não esteja
acostumado a operar e onde haja obs-táculos
à livre evolução do modelo. Observar que isto
é válido para todos os modelos e não só os
com turbina.
Os acidentes costumam assustar por um
período de tempo muito curto. O que devemos
fazer é procurar aprender e não permitir a
repetição dos erros. Temos que ter sempre
em mente que um vôo completo e seguro
depende do modelo, do piloto, da pista, do
espaço aéreo, das condições do clima e outros
mais.
Nas condições do modelo além de ter um
projeto adequado, ter sido corretamente
construído com todos os materiais corretos
para cada função precisa ter uma manutenção
acurada a e constante quanto à integridade
de todos os seus componentes tanto da
estrutura quanto do motor e do rádio. O piloto
que precisa ser proficiente no modelo que vai
pilotar, incluindo a sua afiliação a um clube e
este à Associação Brasileira de Aeromodelismo
e não deve esquecer que como ser humano
que é, não estará sempre em perfeitas
condições físicas e mentais.
A pista precisa ser adequada ao modelo a ser
voado em relação à superfície de rolagem,
comprimento, largura e presença de
obstáculos tanto nas laterais quanto na direção
do prolongamento da pista. O espaço aéreo
inclui altitude da pista e direção do vento, além
de possíveis obstáculos à evolução do modelo.
As condições do clima dizem respeito à
claridade, posição do sol, ventos de rajada e
possibilidade de chuva que podem provocar
problemas no equipamento rádio.
A invasão da pista por pessoas estranhas ao
vôo bem como por aeromodelista que entra
correndo, para resgatar o seu modelo que
apagou o motor no pouso, e ainda modelos
que fazem o tráfego na contra-mão são
exemplos de acidentes em potencial.
A evolução dos aeromodelos atingiu a era dos
jatos e como ocorre em qualquer evolução nós
devemos nos adaptar e esta adaptação tem
que ocorrer com as pessoas que vão se
envolver tanto direta quanto indiretamente
com os modelos a jato.
Muitas pessoas ficaram assustadas com o
acidente ocorrido com um jato do Guandalini
há pouco, em Gaspar durante o 17°
FESBRAER. O que esque-cemos é que muitos
modelos com motor glow já se incendiaram,
principalmente quando a porcentagem de
nitrometano é elevada e muitas pessoas foram
feridas ou mesmo mortas em aci-dentes com
aeromodelos.
Portanto, vamos aproveitar a oportunidade e
procurar aumentar a segurança no uso e
vôo dos nossos modelos para que
tenhamos somente a parte agradável do
aeromodelismo.
Milton de Souza Sanches
Jun-Jul de 2002

Nenhum comentário:

Postar um comentário